Sentir que somos importantes para outras pessoas é extremamente relevante para nossa vida e o mais interessante: isso está associado a um menor risco de depressão e ansiedade.
Esse tema começou a ser discutido com Rosenberg, sim, o famosinho da Escala de Autoestima de Rosenberg, em 1981. Apesar do conceito de “importar-se” se sobrepôr aos conceitos de autoestima, apoio social e senso de pertencimento, não é o mesmo.
Para estabelecer uma definição precisa para esse termo, foram realizados diversos estudos, mas em 2001, o estudo de Taylor, coloca um ponto final nessa questão:
“É diferente de autoestima, suporte social e outros fatores; é uma parte importante do autoconceito”, diz Taylor.
Além disso, Taylor vinculou a importância a saúde mental e achou correlações significativas.
Pensando na prática clínica, há diversas escalas para avaliar importância, mas a Work Matter Scale (WMS) é uma das mais atuais e com boas propriedades psicométricas.
Em resumo, há duas dimensões importantes para sentir-se importante: a primeira é sentir que somos valorizados e reconhecidos por outras pessoas, e a segunda é sentir que estamos fazendo uma diferença positiva na vida de outras pessoas.
O mais interessante é que as maneiras pelas quais as pessoas podem se sentir mais importantes são relativamente simples, como por meio de atividades voluntárias ou de caridade, cuidando de outras pessoas, construindo relacionamentos saudáveis e fortalecendo suas habilidades e conhecimentos em áreas de interesse.
Às vezes, falas como “- Fulano, não vejo você há algum tempo! Como você está?” são extremamente úteis e geram senso de importância.
Mas, vale o alerta que a busca por reconhecimento e importância também pode ser prejudicial se for excessiva e levar a uma necessidade constante de validação e aprovação dos outros.
Como sempre, o velho e bom equilíbrio é a chave para sentir-se valorizado e fazer uma diferença positiva na vida de outras pessoas para nossa saúde mental.
Taylor, J., & Turner, R. J. (2001). A Longitudinal Study of the Role and Significance of Mattering to Others for Depressive Symptoms. Journal of Health and Social Behavior, 42(3), 310–325. https://doi.org/10.2307/3090217
Sbicigo, J. B., Bandeira, D. R., & Dell’Aglio, D. D. (2010). Escala de Autoestima de Rosenberg (EAR): validade fatorial e consistência interna [Rosenberg Self-Esteem Scale (RSS): factorial validity and internal consistency]. Psico-USF, 15(3), 395-403. https://doi.org/10.1590/S1413-82712010000300012
Jung, A.-K., & Heppner, MJ (2017). Desenvolvimento e Validação de uma Work Matter Scale (WMS). Journal of Career Assessment , 25 (3), 467–483. https://doi.org/10.1177/1069072715599412
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Faz um post sobre a Escala de Autoestima do Rosenberg!