Julio Gonçalves

Conteúdo escrito por Jennifer Craco

Você é do tipo de pessoa que curte posts, manda mensagens e interage nas redes sociais ou só prefere mesmo consumir algum tipo de conteúdo sem interação social? Atualmente, mais de 4 bilhões de pessoas utilizam redes sociais no mundo, e esse número deve crescer para 6 bilhões até 2027. São números estratosféricos, e nós já sabemos que o uso das redes sociais afeta o bem-estar psicológico – mas a forma como interagimos (ou não) com essas plataformas pode ser mais importante do que o tempo que gastamos nelas.

Para medir o comportamento real dos usuários, pesquisadores deste estudo desenvolveram a Tarefa de Comportamento de Sites de Redes Sociais (SNSBT). Na pesquisa, 526 adultos foram convidados a interagir com uma nova plataforma de rede social fictícia, onde podiam rolar o feed, curtir ou compartilhar imagens de “amigos” da rede. Após interagir com 120 imagens, os participantes responderam questionários sobre seus sentimentos em relação à sua vida social, solidão, conexão com redes físicas e apoio emocional recebido on-line.

Os participantes foram, então, classificados em três grupos com base em seus comportamentos:

1. Usuários passivos: Rolavam 85% das imagens e raramente curtiam ou compartilhavam.

2. Usuários reativos: Rolavam 59% das imagens, curtiam um terço das postagens e compartilhavam poucas imagens.

3. Usuários interativos: Curtiram 50% das postagens e compartilharam 20% das imagens.

Os usuários interativos relataram maior conexão com suas redes sociais físicas e mais apoio emocional on-line, comparados aos usuários passivos. Já os reativos ficaram no meio. Eram os resultados que você imaginava?

Esse estudo sugere que o estilo de uso das redes sociais pode influenciar os sentimentos de conexão social e apoio emocional. Usuários mais interativos se sentem mais conectados e apoiados, enquanto os passivos relatam menor envolvimento. Isso indica que a qualidade da interação on-line pode ser mais importante do que a quantidade de tempo gasto nas redes sociais.

Porém, é sempre importante ressaltar que, embora o estudo tenha encontrado diferenças significativas entre os estilos de uso, não podemos afirmar uma relação de causalidade devido a fatores como o tamanho das redes sociais on-line dos participantes. Além disso, as diferenças de gênero nos grupos não foram completamente explicadas. Estudos futuros devem investigar esses fatores e explorar como esses diferentes estilos de uso influenciam a saúde mental a longo prazo.

Por fim, a relação com as redes sociais é muito complexa e multifacetada. A nova ferramenta SNSBT permite medir diretamente os estilos de uso e seus efeitos no bem-estar psicológico, oferecendo insights sobre como a interação com as redes sociais pode ser otimizada para melhorar a saúde mental, e acompanharemos os resultados das próximas pesquisas na área.

The Conversation. (2023, January 4). Your style of social media use may be connected to your wellbeing. The Conversation. https://theconversation.com/your-style-of-social-media-use-may-be-connected-to-your-wellbeing-195863