Julio Gonçalves

O Transtorno Depressivo Maior (TDM) é uma das principais causas de incapacidade e mortalidade em todo o mundo, e o tratamento bem-sucedido ainda é um desafio para muitos pacientes. 

Um artigo recente aborda algumas das necessidades não atendidas e dos desafios clínicos na abordagem do TDM, e dentre elas um que julgo dos mais importantes: falta de tratamentos para TDM refratário ou crônico.

Embora existam várias opções de tratamento disponíveis, muitos pacientes não respondem ou respondem apenas parcialmente aos antidepressivos e outras terapias convencionais. Isso reforça a importância de desenvolver novas abordagens terapêuticas para ajudar esses pacientes. 

Inclusive, comento nesse post sobre o estudo do Wang, que aponta que 49,8% de pessoas com TDM tratado, em 6 anos, desenvolveram depressão novamente (eu fiquei pasmado).

Outro desafio é a necessidade de identificar melhor os subtipos do transtorno, para conseguirmos personalizar os tratamentos com base nesses subtipos. A abordagem personalizada pode incluir a utilização de biomarcadores para prever a resposta ao tratamento e ajustar as terapias conforme as necessidades individuais do paciente. 

Por fim, outro desafio é a falta de adesão ao tratamento, em que muitos pacientes com TDM o abandonam ou não seguem as recomendações dos profissionais de saúde mental. É muito importante envolver os pacientes no processo de tratamento, fornecendo a eles informações claras sobre as opções de tratamento e os efeitos colaterais dos medicamentos. 

Precisamos continuar desenvolvendo novas abordagens terapêuticas e personalizar os tratamentos com base nas necessidades individuais dos pacientes. Isso pode ajudar a melhorar os resultados clínicos e, principalmente, a qualidade de vida dos pacientes com TDM.

Schoenfeld, C. (2023, February 25). Addressing Unmet Needs and Clinical Challenges in MDD. Psychiatric Times.  https://www.psychiatrictimes.com/view/addressing-unmet-needs-and-clinical-challenges-in-mdd.

Wang, J. (2004). A longitudinal population-based study of treated and untreated major depression. Med Care, 42(6), 543-550. https://doi.org/10.1097/01.mlr.0000128001.73998.5c