![](https://psicojulio.com/wp-content/uploads/2024/02/0a8f1686-e587-4067-8c3e-149b15921fcf.jpg)
Conteúdo escrito por Jennifer Craco
Uma coisa é fato: ninguém gosta de sentir-se culpado. Mas e se eu te dissesse que a tendência à culpa tem relação com a confiabilidade de uma pessoa?
Um estudo recente, publicado no Journal of Personality and Social Psychology, destaca que, comparativamente com outros traços de personalidade como abertura, neuroticismo e extroversão, a tendência à culpa surge como o melhor indicador da confiabilidade de um indivíduo. A antecipação da culpa desempenha um papel crucial, pois sugere que a pessoa está considerando as possíveis consequências emocionais de suas ações antes de cometê-las – o que tem o potencial de inibir comportamentos inadequados. Mas isso é diferente de sentir culpa depois de fazer algo errado, ok?
A pesquisa, composta por seis estudos que utilizaram jogos econômicos para avaliar o comportamento das pessoas, revelou que aquelas propensas a antecipar a culpa eram mais propensas a devolver dinheiro a outras pessoas nesses jogos. Esse comportamento sugere uma maior responsabilidade para com os outros e uma menor propensão a agir de maneira exploradora.
É válido refletir sobre a importância da confiança em relacionamentos e até no meio organizacional. A confiança perdida, de acordo com os autores do estudo, pode incorrer em custos significativos para indivíduos e instituições, e a escolha de confiar naqueles propensos à culpa poderia ser uma estratégia eficaz para mitigar esses custos.
Por fim, mais especificamente no meio empresarial, a primeira autora da pesquisa sugere que, para garantir que os funcionários sejam dignos de confiança, é crucial que se sintam pessoalmente responsáveis por seu comportamento e esperem sentir culpa por qualquer irregularidade. Por isso, o estudo em questão nos oferece insights valiosos para a tomada de decisões sobre em quem confiar em diversos contextos.
Dean, J. (2023, July 31). The Clearest Sign Of A Trustworthy Personality Type. PsyBlog. https://www.spring.org.uk/2023/07/sign-trust.php
Levine, E. E., Bitterly, T. B., Cohen, T. R., & Schweitzer, M. E. (2018). Who is trustworthy? Predicting trustworthy intentions and behavior. Journal of Personality and Social Psychology, 115(3), 468–494. https://doi.org/10.1037/pspi0000136
![](https://psicojulio.com/wp-content/uploads/2023/04/image-768x1024.jpeg)
Júlio Gonçalves
Psicólogo e Supervisor
Quer fazer ciência na psicologia? Compartilhe, comente, critique e indique estudos para construirmos uma psicologia cada vez mais sólida e confiável. Vamos avançar juntos!
COMPARTILHE
Leia Mais
-
A genética dos pais pode influenciar distúrbios do neurodesenvolvimento
-
Prevendo psicose antes do início dos sintomas
-
Vieses Cognitivos: parte 1
-
MDMA pode ser eficaz no tratamento de Transtorno do Estresse Pós-Traumático
-
Rastreamento ocular revela visão de mundo distinta do autista e a mudança de foco social
-
A maneira que tu usas as mídias sociais pode ser mais importante do que o "tempo" que gastas nela
-
Processos e métodos na Avaliação Psicológica: do Raciocínio Clínico à Formulação de Caso
-
Se a ansiedade está em meu cérebro, por que meu coração está batendo forte?
-
Viciado em seu telefone? Nova ferramenta identifica uso excessivo de mídia digital
-
Recurso - Escala de Diagnóstico do Espectro Bipolar
-
Pessoas mais felizes são criadas por pais que fazem essas três coisas
-
As opiniões sobre as emoções influenciam a forma como as pessoas se sentem