Práticas de atenção plena viraram modas na psicologia clínica. Sim, sua eficácia já está bem estabelecida em termos de significância clínica, mas, não para qualquer paciente e demanda.
Por exemplo, é fato que prestar atenção é importante ao aprender uma nova habilidade. Em um estudo, foi evidenciado que as medidas de capacidade cognitiva que exploravam a capacidade de focar a atenção previam a capacidade dos pianistas novatos de aprender e tocar. Mas a pesquisa também revelou que prestar muita atenção ao que você está fazendo pode ter efeitos prejudiciais, principalmente quando você executa habilidades bem praticadas.
Na verdade, esse é um dos motivos pelos quais alguns especialistas parecem “sufocar sob pressão”, pois para eles a atenção plena os fazem pensar demais na mecânica da tarefa em questão.
A mensagem importante deste artigo é que focar com muito cuidado na execução de sequências motoras bem praticadas pode causar erros devido à carga cognitiva.
Claro, não devemos nos resignar a viver no piloto automático, perdendo oportunidades de fazer conexões mais profundas com nós mesmos, uns com os outros e com nosso ambiente. Mas há situações em que devemos deixar o automatismo tomar conta. Da próxima vez que você treinar na academia, não pense demais (eu, particularmente, se focar demais começo a achar que tá tudo errado!).
Lebowitz, M. S. (2021, August 2). Sometimes Mindlessness Is Better Than Mindfulness. Scientific American. https://www.scientificamerican.com/article/sometimes-mindlessness-is-better-than-mindfulness/
Burgoyne, A. P., Harris, L. J., & Hambrick, D. Z. (2019). Predicting piano skill acquisition in beginners: The role of general intelligence, music aptitude, and mindset. Intelligence, 76. https://doi.org/10.1016/j.intell.2019.101383
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