Lado perigoso dos apps de saúde mental

Imagine que você está em uma emergência em saúde mental e resolve desabafar em um aplicativo de inteligência artificial, que logo depois vende para outras empresas os dados referentes a tudo aquilo que você disse no app. É terrível, mas está acontecendo.

Um novo artigo da Insider conta mais sobre as investigações recentes referentes à venda de dados em apps que prometem ser de “saúde mental” – mas que acabam gerando lucro por meio de pessoas que estão em seus piores momentos e que dificilmente compreendem e expressam o seu consentimento, entrando nesses apps na esperança de sentirem-se melhores.

 Apesar da promessa de que os dados vendidos são anônimos, é possível encontrar para compra dados “incluindo nomes e endereços postais, de indivíduos com depressão, transtorno bipolar, problemas de ansiedade, transtorno do pânico, TEPT, TOC e transtornos de personalidade”. 

O apelo desses apps é que eles poderiam fornecer auxílio 24h por dia sem que a pessoa precisasse sair de sua própria casa para buscar ajuda. Tendo em vista uma série de questões envolvendo a saúde mental (como preconceito com a área e dificuldades para buscar ajuda), é importante entendermos a relevância dessa demanda – mas alertarmos quanto aos riscos de expor dados médicos tão pessoais em aplicativos que, em busca de lucro, podem acabar vendendo essas informações para outras empresas. 

Por fim, caso esteja precisando de ajuda, é sempre bom lembrar que há canais como o CVV aqui no Brasil que oferecem auxílio em saúde mental. Ligue 188 ou busque ajuda por meio do site.