Julio Gonçalves

Conteúdo escrito por Karen Pereira

INTRODUÇÃO

Um trio de pesquisadores realizou uma revisão sistemática com meta-análises a fim de investigar o efeito da dança na saúde psicológica e cognitiva em relação a outros tipos de atividades físicas.

A boa notícia é que os estudos descobriram que dançar traz inúmeros benefícios, incluindo melhora na memória, depressão e ansiedade, para pessoas de diferentes faixas etárias, condições físicas e até mesmo para quem convive com a dor crônica.

Dançar pode até trazer mais benefícios a saúde do que ir à academia!

DESENVOLVIMENTO

Tendo como objetivo saber o que a literatura nos diz a respeito da eficácia de programas de dança estruturada nos resultados psicológicos e cognitivos ao longo da vida, os pesquisadores analisaram 27 estudos contendo 1.392 participantes com idades entre 7 e 85 anos. Os participantes eram pessoas saudáveis e com doenças crônicas (doença de Parkinson, insuficiência cardíaca, paralisia cerebral e fibromialgia).

O exercício físico já é um dos pilares da saúde mental, bem fundamentado na literatura; o foco dos pesquisadores com esse estudo foi avaliar os efeitos de programas de dança estruturados em comparação aos exercícios físicos tradicionais como caminhada ou musculação. Os resultados se mostraram muito promissores ao demonstrar que os benefícios da dança podem superar os exercícios tradicionais, indicando melhoria no bem-estar emocional, depressão, motivação e funções cognitivas em pessoas de todas as idades e condições de saúde.

Diferentes estilos de dança (teatral, aeróbica, social, tradicional) foram comparadas a diferentes tipos de exercícios (caminhada, musculação, artes marciais, esporte em equipe) e o resultado foi que dança estruturada se mostrou igual ou mais eficaz que as intervenções de outros tipos de atividade física.

Além dos exercícios físicos que a dança proporciona, o aprendizado de sequências de passos, a interação social das danças em grupo ou em dupla e o processo artístico ajudam a contribuir nos desafios cognitivos, na conexão com outras pessoas, no pertencimento social, na memória e bem-estar.

Um programa de dança estruturado deve ter pelo menos 6 semanas para trazer uma melhora significativa nos sintomas psicológicos e cognitivos.

APLICAÇÕES PRÁTICAS

Um dos desafios da clínica, principalmente com os clientes mais deprimidos, é a adesão aos exercícios físicos. A dança normalmente está ligada a alguma memória emocional das pessoas e pode ser uma alternativa eficaz e mais agradável de atividade física, que pode aproximar a pessoa dos seus valores e da conexão social, facilitando a adesão e a continuidade da atividade.

CONCLUSÃO

Os estudos mostraram que as intervenções de dança são mais evidentes em autoeficácia, ansiedade, depressão, motivação e qualidade de vida relacionada a saúde e que a dança, seja praticada de forma individual, seja em um ambiente de grupo, apresentou melhora geral na saúde psicológica.

Além de trazer benefícios de saúde a longo prazo, tanto física como psicológica, a dança estruturada pode ser considerada uma alternativa baseada em evidências comparada aos exercícios físicos tradicionais.

Neuroscience News. (2024, February 12). Dance Your Way to Better Mental Health. Retrieved from Neuroscience News website: https://neurosciencenews.com/dancing-cognition-mental-health-25601/