Uma revisão de escopo foi conduzida por pesquisadores da QUT a fim de explorar a associação da solidão com o comportamento alimentar e descobriram que o isolamento social pode estar associado a uma dieta pobre em nutrientes.

Após a pandemia da Covid-19, o isolamento social e a solidão estão apresentando evidências de resultados prejudiciais à saúde, tornando-se um problema de saúde pública, o que traz a necessidade de mais pesquisas para entender melhor a associação entre o comportamento alimentar e a solidão ou isolamento social.

A fim de fazer um mapeamento dos estudos existentes, os pesquisadores analisaram 27 estudos quantitativos, sendo 8 em contexto de lockdown devido à pandemia da Covid-19, e 3 qualitativos. Os estudos sugeriram que, independentemente do motivo do isolamento social, a solidão influencia o comportamento alimentar deficitário.

Não foram encontradas evidências causais, porém alguns fatores devem ser observados:

• Alimentação emocional: Frente a emoções negativas, as pessoas tendem a escolher alimentos mais palatáveis, que costumam ser ricos em energia e pobres em nutrientes.

• Comensalidade: Sair para comer com outras pessoas traz conexão social, favorecendo uma melhor alimentação e ingestão de nutrientes.

• Restrição alimentar: Pode dificultar o relacionamento com outros indivíduos, levando à solidão.

• Além disso, pessoas que vivem isoladas socialmente costumam ter uma alimentação pouco diversificada, com baixa ingestão de frutas, vegetais e peixes.

Apesar do estudo ter sido baseado em países de alta renda e ainda serem necessário dados acerca de outras amostras populacionais, os resultados se mostraram relevantes principalmente para nós, profissionais da saúde, destacando a necessidade de considerar o impacto que a solidão e/ou o isolamento social pode influenciar no comportamento alimentar e de como o uso da comida pode ser usado para aliviar a solidão, abrindo uma nova possibilidade do olhar clínico.