Julio Gonçalves

Conteúdo escrito por Karen Pereira

INTRODUÇÃO

Pesquisadores da universidade de Tóquio criaram uma máquina capaz de prever o início de uma psicose através de exames cerebrais de ressonância magnética. Neste estudo inicial, a máquina alcançou a incrível taxa de precisão de 85% e, após a inserção de novos dados, 73%.

A capacidade de detectar o prognóstico da psicose pode ser um caminho promissor para a psiquiatria, sendo possível melhorar as estratégias de previsão e prevenção.

DESENVOLVIMENTO

A psicose é uma condição que pode acometer qualquer pessoa e os episódios podem envolver delírios, alucinações ou pensamentos desorganizados. Sua causa, embora multifatorial, pode ser desencadeada por algum tipo de doença ou lesão no cérebro, trauma, uso de drogas ou álcool, uso medicamentos e/ou predisposição genética. É uma condição tratável e a maioria das pessoas acometidas se recuperam.

Baseados no resultado de estudos anteriores que utilizaram ressonância magnética no cérebro que detectaram diferenças estruturais que ocorreram no cérebro após o início da psicose, os pesquisadores criaram uma ferramenta de aprendizado de máquina capaz de classificar exames de ressonância magnética para detectar o risco de um episódio psicótico. Os pesquisadores utilizaram seu classificador para comparar os exames de mais 2.000 jovens e adolescentes de 21 instituições em 15 países.

Os participantes foram divididos em quatro grupos. Três grupos de alto risco clínico, totalizando 1.165 pessoas, divididos entre aqueles que posteriormente desenvolveram psicose, os que não desenvolveram e aqueles com status de acompanhamento incerto. O quarto grupo de controle, com 1.029 pessoas saudáveis. Estes dados foram utilizados para alimentar o algoritmo e ajudá-lo a classificar dois grupos de interesse, o de controles saudáveis e os de alto risco – que desenvolveram sintomas psicóticos.

CONCLUSÃO

Apesar das dificuldades da diferença dos parâmetros das ressonâncias magnéticas, pela variedade de modelos do instrumento e das mudanças típicas do neurodesenvolvimento em jovens, o classificador obteve 85% de precisão na classificação do resultado em sua fase teste. Para o teste final foram inseridos novos dados e precisão foi de 73%.

Este é um resultado animador, pois incentiva a criação de um classificador mais robusto, que possa ser aplicado em diferentes conjuntos de dados e ambientes clínicos. A presença de um marcador biológico poder ser detectada através de exames de ressonância magnética possibilitaria intervenções mais eficazes, reduzindo o impacto na vida das pessoas.

Neuroscience News. (2024, February 9). Predicting Psychosis Before Symptom Onset. Retrieved June 24, 2024, from Neuroscience News website: https://neurosciencenews.com/ai-onset-psychosis-25594/