Julio Gonçalves

Um estudo recente revela que os circuitos cerebrais que levam à compulsão alimentar são semelhantes aos observados em dependência de drogas.

Pesquisadores usaram a ressonância magnética funcional para estudar o cérebro de pessoas com compulsão alimentar enquanto elas viam imagens de comida e descobriram que a atividade em regiões do cérebro envolvidas na recompensa e na motivação era similar à observada em pessoas com dependência pelo uso de substâncias. 

Além disso, os cientistas observaram conexões mais fortes entre duas regiões cerebrais – o putâmen sensorimotor e o córtex motor, que estão envolvidos na promoção de hábitos e na tomada de decisões relacionadas aos movimentos corporais, respectivamente – do que em indivíduos sem transtornos alimentares.

 

Putamen.svg

 

Conexões entre o putâmen sensorimotor e o córtex cingulado anterior, que está envolvido na regulação das emoções, entre outras coisas, e também é implicado na aprendizagem de hábitos, eram mais fracas. 

Padrões semelhantes foram observados em indivíduos com dependência química e transtornos compulsivos, como acumulação e lavagem excessiva das mãos. O estudo também revelou diferenças na quantidade de receptores de dopamina nessas pessoas. 

Esses resultados destacam a importância de abordagens terapêuticas que abordem a compulsão alimentar como um problema de dependência, ao invés de simplesmente uma “falta de vontade” ou de autocontrole, como muitos insistem em dizer.

Lloreda, C. L. (2023, March 29). Binge eating brain circuits similar to those associated with drug use, other habit-forming behaviors. Science. https://www.science.org/content/article/binge-eating-brain-circuits-similar-those-associated-drug-use-other-habit-forming

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