Julio Gonçalves

Conteúdo escrito por Jennifer Craco

A pandemia intensificou um contexto que já estávamos lentamente vivenciando: o isolamento social. Nos últimos anos, há um aumento significativo no número de pessoas sem amigos próximos (nos Estados Unidos, esse aumento foi de 4 vezes desde 1990), e estima-se que essa solidão pode estar afetando cerca de um terço da população mundial – aumentando o risco de obesidade, demência e até mesmo morte prematura.

Pois é, o contexto é chocante. Devido a preocupações quanto a isso, pesquisadores das Universidades de Auckland, Duke e Cornell publicaram um relatório que sugere a possibilidade de uso de robôs de companhia aprimorados com inteligência artificial para a população conseguir lidar melhor com essa “epidemia de solidão”, principalmente em pessoas com déficits na interação em virtude de transtornos (como TEA, TDAH) e pessoas idosas – mas, logicamente, com ressalvas!

O estudo em questão explora as implicações éticas desses robôs de companhia e considera de suma importância um estabelecimento coletivo e rápido de diretrizes que versem sobre a confiança, o envolvimento e a eficácia dessa tecnologia tão recente no mundo real. Afinal, é fato que a tecnologia tem evoluído muito, com softwares como o ChatGPT e com robôs de companhia como o Eilik, que já viraram febres nas redes sociais.

Um dos pesquisadores argumenta que “todas as evidências apontam para ter um amigo real como a melhor solução”, mas também deixa claro que considera que a sociedade não prioriza a conexão social e o cuidado com pessoas idosas; e, até que isso finalmente ocorra, esses robôs podem representar uma solução para milhões de pessoas em isolamento (incluindo aquelas que têm dificuldade de fazer novas amizades).

Além disso, em uma pesquisa da Sermo envolvendo 307 provedores de cuidado na Europa e nos Estados Unidos, 69% dos entrevistados concordaram que esses robôs poderiam servir de companheiros e como ferramenta para o alívio do isolamento e consequente melhora da saúde mental dos pacientes – porém, ainda não temos noção do impacto dessa nova tecnologia. 

Por fim, já existem escalas em desenvolvimento (como a Escala de Impacto de Robôs de Companhia: Co-Bot-I-7) para avaliar os pacientes e qual o impacto que esta tecnologia tem lhes causado.

E você: o que pensa sobre o assunto?

Duke University. (2023, July 13). AI Advances Could Equip Robots To Counter Human Loneliness. ScienceBlog. https://scienceblog.com/538727/ai-advances-could-equip-robots-to-counter-human-loneliness/

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Júlio Gonçalves

Psicólogo e Supervisor

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