Julio Gonçalves

Conteúdo escrito por Jennifer Craco

Imagine o seguinte: uma pessoa aponta demandas múltiplas para seu companheiro, e este último não responde a elas e decide que é melhor evitá-las. Se você nunca passou por um relacionamento assim, talvez conheça alguém que tenha passado. 

O famoso “tratamento do silêncio” é considerado o padrão de relacionamento mais tóxico, e geralmente tem a ver com tópicos da própria relação: personalidade, comunicação, intimidade e hábitos, para citar alguns exemplos. 

O problema é que tanto o fato de demandar mudanças quanto a falha em conseguir se comunicar de maneira apropriada causam danos ao relacionamento.

Um estudo com 116 casais solicitou para que eles mantivessem diários sobre seus conflitos maritais e sobre possíveis sintomas de depressão. Descobriu-se, então, que esse padrão de “demanda-afastamento” estava relacionado a raiva, tristeza, medo e até mesmo agressões e ameaças – e esse padrão se tornava ainda mais tóxico quando um ou ambos os indivíduos estavam deprimidos. 

Não houve diferenciação por gênero: tanto homens quanto mulheres aparentaram estar suscetíveis a serem mais “demandantes”. 

Mas o padrão de demanda-afastamento não está, a princípio, relacionado com a personalidade – e isso significa que os casais podem mudar e melhorar a maneira de se comunicarem. Por fim, mesmo que tóxico, esse padrão não é uma sentença. 

Papp, L. M., Kouros, C. D., Cummings, E. M. (2009). Demand-Withdraw Patterns in Marital Conflict in the Home. Pers Relatsh, 16(2), 285-300. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3218801/

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