É frequente encontrarmos na clínica pessoas com Transtorno do Estresse Pós-Traumático (TEPT) que tenham também problemas com enxaqueca.

 Recentemente, pesquisadores descobriram uma possível conexão genética entre as duas condições, o que poderia explicar parcialmente por que elas frequentemente coexistem. E essa correlação com a enxaqueca não é rara, viu? O mesmo ocorre com outros transtornos, como depressão pós-parto, TDAH e transtorno bipolar.

O estudo em questão examinou 6 pares de gêmeos idênticos identificados como tendo passado por um evento potencialmente traumático que se qualificava para o diagnóstico de TEPT. 

A enxaqueca foi avaliada usando critérios de diagnóstico da Sociedade Internacional de Cefaleia, juntamente com um diagnóstico de enxaqueca com ou sem aura. Pares de gêmeos discordantes para enxaqueca com aura foram escolhidos para o estudo.

Os resultados sugerem que há genes em comum e vias de sinalização que podem estar envolvidos tanto no TEPT quanto na enxaqueca. Isso pode indicar que fatores ambientais compartilhados também podem influenciar essas condições, atuando sobre esses genes.

Além disso, o estudo identificou dois genes principais em comum entre o TEPT e a enxaqueca: DAPK2 e TM6SF2. O DAPK2 está envolvido na regulação da autofagia, que é um processo em que ocorre a degradação e a reciclagem de organelas celulares danificadas, e é importante para a adaptação ao estresse metabólico. Já o TM6SF2 está relacionado a doenças cardiovasculares e desempenha um papel no estresse oxidativo.

Essas descobertas são significativas, pois sugerem que a ativação de determinados genes em resposta a diferentes tipos de estresse ambientais pode estar associada a ambos os transtornos. 

Além disso, esses resultados podem ter implicações no desenvolvimento de tratamentos para TEPT e enxaqueca, uma vez que medicamentos ou terapias que visam genes comuns podem ser eficazes para ambas as condições.

No entanto, é importante ressaltar que mais pesquisas são necessárias para entender completamente a relação genética entre o TEPT e a enxaqueca e como isso pode impactar as opções de tratamento.