Os efeitos positivos do cannabidiol (CBD) já são bem conhecidos: estudos mostram uma relação promissora entre o componente, que está presente na maconha, e transtornos como a ansiedade, o estresse pós-traumático e a epilepsia. Todavia, como tudo na vida, a maconha também tem seus poréns.

Em uma postagem recente na Psychiatric Times, um time de especialistas em dependência de drogas discute sobre as problemáticas que podem surgir por meio do consumo exacerbado da maconha. 

Um dos principais problemas já constatado é a correlação entre a droga e o surgimento de transtornos psicóticos. Estudos mais recentes apontam que a maconha é responsável por antecipar a idade da manifestação dos primeiros sintomas psicóticos.

No caso de entendermos se a maconha é ou não causadora em si de sintomas psicóticos, devemos observar que uma relação de causalidade é difícil de ser comprovada. Não há como afirmar que a maconha leva à psicose, já que podemos compreender que havia uma pré-disposição ao transtorno antes do uso da droga em si, que eventualmente poderia se manifestar, independente do uso. 

Porém, seu uso pode, sim, levar à manifestação dos primeiros sintomas psicóticos de um indivíduo, em especial por conta do THC, um dos ativos da cannabis.

De todo modo, é importante sempre agir com cautela: há diferenças entre o uso recreativo e um uso excessivo. Um dado alarmante é que, nos Estados Unidos, 90% das pessoas com dependência pela cannabis possuem algum transtorno psiquiátrico; e, por outro lado, indivíduos com transtornos mentais têm um risco maior de virem a se tornar dependentes da maconha. 

Por fim, ainda há poucos estudos sobre os efeitos do consumo por mulheres grávidas, crianças e adolescentes. Além disso, o uso de substâncias, sejam elas quais forem, por pessoas com tendência a transtornos psicóticos, pode gerar consequências muito negativas, desde o prognóstico desses indivíduos até impactos no curso de sua vida na totalidade.