Se eu falar a palavra “pinguim”, o que te vem à mente?

Descrições de dicionário, como “pássaros aquáticos que não voam no hemisfério sul”, são simples – mas não são nessas definições que pensamos quando falamos algo, na verdade, pensamos em conceitos: ideias, exemplos, associações de algo…

Nossos conceitos sobre as coisas são cruciais para compreendermos o que falamos no nosso dia a dia, mas uma nova pesquisa demonstrou que eles variam muito de pessoa para pessoa, mesmo para uma palavra relativamente simples, como “pinguim”! 

Essas visões discrepantes que temos de várias coisas do nosso cotidiano geram uma série de desentendimentos entre as pessoas, como é de se imaginar. E o mais complicado é que, conforme os pesquisadores, a maioria das pessoas acredita que todas as outras têm uma visão muito similar à sua própria. Ou seja, não tendemos a pensar que outras pessoas imaginam o conceito de pinguim como algo totalmente diferente do nosso próprio conceito.

Apesar de ainda não compreendermos exatamente de que consistem os conceitos, alguns pesquisadores promovem a ideia de que eles têm por base “protótipos” – conjuntos de recursos que avaliam se um determinado exemplo é mais ou menos típico em uma categoria maior. Por exemplo, um rouxinol está mais próximo do protótipo que temos de um pássaro do que um pinguim.

O estudo em questão envolveu cerca de 1800 participantes, e empregou técnicas matemáticas de agrupamento que estimaram a presença de 10 a 30 variantes de conceitos distintos para substantivos comuns. 

Por fim, esses achados podem nos ajudar a compreender melhor uma série de dificuldades conversacionais que temos devido às nossas discordâncias mesmo nos assuntos mais simples.

Para além, das dificuldades conversacionais, a Terapia de Aceitação e Compromisso tem uma ênfase forte na linguagem como motivo do sofrimento humano, e discute muito sobre como conceituamos as “coisas” no mundo e o quão complexo isso é. Falo um pouco disso nesse post super completo!