Dois estudos recentes em grande escala sugerem que comer alimentos ultra processados pode exacerbar o declínio cognitivo relacionado à idade e aumentar o risco de desenvolver demência. 

Em contrapartida, outro estudo recente relatou que o consumo de alimentos ultra processados não foi associado a pior cognição em pessoas com mais de 60 anos. 

O que mais me preocupa não é o risco de déficits cognitivos, mas sim de repassar esses genes, como já falei dessa possibilidade nesse post aqui. 

A área que estuda isso é a epigenética, um campo da Biologia que se propõe a estudar as interações entre os genes, bem como a expressão ou supressão dos mesmos.

Ela investiga as modificações no genoma que são herdadas durante a divisão celular e que não estão relacionadas com a mudança na sequência do DNA. 

O que acontece de forma muito simplista (me perdoem os especialistas) é que nosso RNA/DNA tem uma série de informações que podem se converter em comportamento ou não (resposta fisiológicas, emoções, cognições, etc.).

Essa expressão vai depender inteiramente do ambiente. Das características, da intensidade, da frequência e da latência dessas interações com o ambiente.

O problema é que essa expressão (p. ex., consumo excessivo de ultra processados) imprime marcas químicas no cérebro do sujeito, e isso faz o quê? Esse sujeito vai transmitir essa informação a seus descendentes por meio das informações presentes nos seus gametas.

Sobre a alimentação, embora mais pesquisas sejam necessárias, a pesquisa de como a dieta pode influenciar a cognição mais tarde na vida, adicionam uma nova camada para considerar como a nutrição é fundamental para a saúde do cérebro. 

O pior são os alimentos que não parecem ultra processados, mas são! Olha a listinha de alguns que, garanto, tu tens em casa: cereais matinais, barras de proteína, leites à base de plantas, pães embalados, iogurtes, bases de molhos, carnes processadas, margarina.