Conteúdo escrito por Jennifer Craco
Comida, sexo e dinheiro: um estudo constatou que psicopatas utilizam palavras relacionadas a esses três tópicos com duas vezes mais frequência do que não-psicopatas. Além disso, eles são menos propensos a utilizar palavras relacionadas a família, religião e necessidades sociais.
Essas tendências no uso de palavras refletem alguns sinais comportamentais como a falta de empatia e o processamento deficitário de emoções em psicopatas, que são alguns de seus traços mais característicos.
Para chegar a esse resultado, foi realizada uma análise de relatos feitos por 14 assassinos psicopatas em prisões no Canadá. Eles foram comparados com 38 assassinos condenados que não eram psicopatas. Cada criminoso descreveu detalhadamente o seu crime e, em seguida, as palavras utilizadas foram analisadas.
Além de palavras relacionadas a dinheiro, sexo e comida, os psicopatas também eram mais propensos a explicar seus crimes utilizando palavras de explicação como “porque”, “desde” e “para que”.
O professor Jeff Hancock, primeiro autor do estudo, afirmou: “Trabalhos anteriores já analisaram como os psicopatas utilizam a linguagem. Nosso artigo é o primeiro a demonstrar que é possível utilizar ferramentas automatizadas para detectar os padrões distintos de fala dos psicopatas.“
Por fim, também foi constatado que os psicopatas têm menos fluência em sua fala – talvez para moldar a narrativa de suas histórias da maneira mais positiva possível. Mas cuidado! É válido lembrar que falar com frequência sobre sexo, comida e dinheiro não necessariamente classifica alguém como um psicopata.
Dean, J. (2023a, April 17). Psychopaths Use These Words Twice As Often. PsyBlog. https://www.spring.org.uk/2023/04/words-psych.php
Hancock, J. T., Woodworth, M. T., & Porter, S. (2011). Hungry like the wolf: A word-pattern analysis of the language of psychopaths. Journal of Forensic Psychology, 18(1), 102-114. https://doi.org/10.1111/j.2044-8333.2011.02025.x
Quer fazer ciência na psicologia? Compartilhe, comente, critique e indique estudos para construirmos uma psicologia cada vez mais sólida e confiável. Vamos avançar juntos!