Julio Gonçalves

Conteúdo escrito por Jennifer Craco

Às vezes não é fácil conversar com quem tem ideias muito diferentes das nossas, não é? 

Foi pensando nisso que pesquisadores trouxeram uma abordagem chamada “receptividade conversacional” para melhorar a comunicação. Os autores enfatizam a importância de focar em mudar o próprio comportamento em vez de tentar mudar os pensamentos ou sentimentos da outra pessoa. 

Eles desenvolveram um algoritmo que identifica palavras e frases específicas que fazem com que as pessoas se sintam ouvidas e envolvidas durante conflitos.

Esse estilo de comunicação foi resumido em quatro passos contidos na sigla H.E.A.R (“ouvir”, em inglês) e são eles:

H = Limite suas reivindicações (“Hedge your claims”), mesmo quando estiver muito certo de suas crenças. Isso sinaliza que você reconhece que há alguns casos ou algumas pessoas que apoiam o ponto de vista do seu “oponente”.

E = Enfatize a concordância (“Emphasize agreement”) encontrando algum ponto comum, mesmo quando você discordar sobre um determinado tópico. Isso não significa mudar de ideia, mas reconhecer que a maioria das pessoas no mundo tem algumas ideias ou valores amplos com os quais concordam.

A = Reconheça a perspectiva oposta (“Acknowledge the opposing perspective”) e não pule para o seu próprio argumento: dedique alguns segundos para assimilar o que a outra pessoa disse e demonstrar que você realmente ouviu e entendeu.

R = Reenquadrar para o positivo (“Reframing to the positive”) e evite palavras negativas e contraditórias e, ao mesmo tempo, aumente o uso de palavras positivas para mudar o tom da conversa.

Foram realizados experimentos para medir a eficácia da receptividade conversacional. Os participantes que receberam treinamento nessa abordagem foram percebidos como mais confiáveis e razoáveis por seus interlocutores. 

As conversas se tornaram menos confrontadoras, permitindo que ambas as partes expressassem suas perspectivas e promovendo um sentimento de confiança e disposição para se engajar ainda mais.

Isso pode ser especialmente benéfico em conversas em que uma das partes está mais “engajada” do que a outra. Essa abordagem tem o potencial de melhorar as discussões em diversos contextos, incluindo família, trabalho e espaços cívicos. 

Ao fornecer um conjunto de ferramentas para aprimorar as habilidades de comunicação, os autores visam a superar as diferenças entre indivíduos com pontos de vista divergentes e incentivar conversas produtivas – algo muito importante hoje em dia, concorda?

Minson, J. (2023, May 31). To have better disagreements, change your words – here are 4 ways to make your counterpart feel heard and keep the conversation going. The Conversation. https://theconversation.com/to-have-better-disagreements-change-your-words-here-are-4-ways-to-make-your-counterpart-feel-heard-and-keep-the-conversation-going-201612

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